sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CIRCE

Circe Oferecendo a Xícara a Odisseu, de Waterhouse

Famosa feirticeira

Era capaz de criar filtros e venenos que transformavam homens em animais. Por esse motivo morava num palácio encantado, cercado por lobos e leões (seres humanos enfeitiçados). Crê-se que essa ilha se encontra no que é hoje o monte Circeu. Existe, igualmente, a versão de que é filha de Hélios com a oceânide Perseis. Perseis também pode significar Hécate, filha de Perses ("destruição")
Circe, figura mítica, é retratada como filha de Hélio, deus-sol e da oceânide Perseis. Por ter envenenado seu marido, o rei dos sármatas, que morava no Cáucaso, foi obrigada a exilar-se na ilha de Ea ou Eana, localizada no litoral oeste da Itália. O nome da ilha "Ea" ou "Eana" é traduzido como "prantear" e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Essa luz identificava Circe como a "deusa da Morte horrenda e de terror". Era também associada aos vôos mortais dos falcões, pois, assim como estes, ela rodeava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.
O grito do falcão é "circ-circ" e é considerado a canção mágica de Circe, que controla tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma.

Circe, de Edward Burne-JonesEscritores gregos antigos a citavam como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.
Circe era considerada a Deusa da Lua Nova, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões. Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, transformava homens em animais, fazia florestas se moverem e o dia virar noite. Os escritores antigos Homero, Hesíodo, Ovídio e Plutarco relataram suas proezas, garantindo para ela um lugar nas lendas.
No renascimento, poeta e humanista italiano Giambattista Gelli (1498-1563), da academia de Florença também fez uso desta lenda na sua famosa obra La Circe (1549).

Circe, de Edward Burne-Jones

Na Odisseia
No decurso de suas perambulações, o herói Ulisses (personagem épico da Odisseia de Homero,também conhecido como Odisseu) e sua tripulação desesperada desembarcam na praia da ilha de Eana, onde vivia Circe, filha do Sol. Ao desembarcar, Ulisses subiu a um morro e, olhando em torno, não viu sinais de habitação, a não ser um ponto no centro da ilha, onde avistou um palácio rodeado de árvores.

Ulisses enviou à terra 23 homens, chefiados por Euríloco, para verificar com que hospitalidade poderiam contar. Ao se aproximarem do palácio, os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que era uma feiticeira poderosa. Todos esses animais tinham sido homens e haviam sido transformados em feras por seus encantamentos.

Do lado de dentro do palácio vinham sons de uma música suave e de uma bela voz de mulher que cantava. Euríloco a chamou em voz alta, e a deusa apareceu e convidou os recém-chegados a entrar, o que fizeram de boa vontade, exceto Euríloco, que desconfiou do perigo. A deusa fez seus convivas se assentarem e serviu-lhes vinho e iguarias. Quando haviam se divertido à farta, tocou-os com uma varinha de condão e eles se transformaram imediatamente em porcos, com "a cabeça, o corpo, a voz e as cerdas" de porco, embora conservando a inteligência de homens.

Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir ele próprio tentar a libertação dos companheiros. Enquanto se encaminhava para o palácio encontrou-se com um jovem que se dirigiu a ele familiarmente, mostrando que estava a par de suas aventuras. Revelou que era Hermes e informou Ulisses acerca das artes de Circe e do perigo de aproximar-se dela. Como Ulisses não desistiu de seu intento, Hermes (Mercúrio para os romanos) deu-lhe o broto de uma planta chamada Moli, dotada de poder enorme para resistir às bruxarias, e ensinou-lhe o que deveria fazer.

Galanthus, talvez MoliUlisses prosseguiu seu caminho e, ao chegar ao palácio, foi recebido cortesmente por Circe, que o obsequiou como fizera com seus companheiros. Depois que ele havia comido e bebido, tocou-o com sua varinha de condão, dizendo:
- Ei! procura teu chiqueiro e vá espojar-se com teus amigos.
Em vez de obedecer, Ulisses desembainhou a espada e investiu furioso contra a deusa, que caiu de joelhos, implorando clemência. Ulisses ditou-lhe uma fórmula de juramento solene de que libertaria seus companheiros e não cometeria novas atrocidades contra eles ou contra o próprio Ulisses. Circe repetiu o juramento, prometendo, ao mesmo tempo, deixar que todos partissem são e salvos, depois de os haver entretido hospitaleiramente.
Cumpriu a palavra. Os homens readquiriram suas formas, o resto da tripulação foi chamado da praia e todos foram tratados magnificamente durante vários dias, a tal ponto que Ulisses pareceu ter-se esquecido da pátria e se resignado àquela vida inglória de ócio e prazer.
Por fim seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele recebeu a censura de boa vontade. Circe ajudou nos preparativos para a partida e ensinou aos marinheiros o que deveriam fazer para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu canto todos que o ouvissem, de modo que os infortunados marinheiros sentiam-se irresistivelmente impelidos a se atirar ao mar, onde encontravam a morte.
Circe aconselhou Ulisses a cobrir com cera os ouvidos de seus marinheiros, de modo que não pudessem ouvir o canto, e a amarrar-se a si mesmo no mastro dando instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias.

No poema "Endimião", do poeta Keats, podemos ter uma idéia do que se passava no pensamento dos homens que eram transformados em animais pela feiticeira Circe. Os versos abaixo teriam sido ditos por um monarca transformado em elefante pela deusa:
Não lamento a coroa que perdi, / A falange que outrora comandei / E a esposa, ou viúva, que deixei. / Não lamento, saudoso, minha vida. / Filhos e filhas, na mansão querida, / Tudo isso esqueci, as alegrias / Terrenas dos velhos dias olvidei. / Outro desejo vem, muito mais forte. / Só aspiro, só peço a própria morte. / Livrai-me deste corpo abominável. / Libertai-me da vida miserável. / Piedade, Circe! Morrer e tão-somente! / Sede, deusa gentil, sede clemente! No livro , "O mar de monstros"(livro 2) da série "Percy Jackson e os Olimpianos" Percy e sua amiga vão parar na ilha de Circe.

http://pt.wikipedia.org




Deusa e feiticeira, filha de Hélios e da oceânide Perséia, ela habitava a ilha de Eéia, e se tornou conhecida sobretudo pela narrativa feita por Homero, na Odisséia, na qual o poeta grego descreve que Ulisses, com um navio, apenas, atingiu a sua ilha, e vendo erguer-se à distância uma espiral de fumaça, dividiu seus companheiros em dois grupos, enviando um deles, comandado por Euriloco, para explorar o local. Esses homens logo chegaram a um palácio encantado onde lobos e leões domesticados faziam a ronda, e ouviram uma voz feminina que gentilmente os convidava a entrar. Todos fizeram isso, exceto Euriloco, e foram transformados em porcos por meio de um elixir misturado à comida que lhes foi servida.
Advertido por Euriloco, Ulisses pegou suas armas e dirigiu-se ao palácio, mas no caminho encontrou Hermes (Mercúrio), que lhe deu uma planta mágica para que ele pudesse defender-se dos malefícios, e ainda o ensinou como deveria se comportar diante da deusa. Quando esta, depois de ter servido ao herói a comida encantada, tocou-o com sua varinha mágica, ele a ameaçou com uma espada, o que desmanchou todos os seus ardis. Mas no fim o rei de Itaca cedeu às súplicas amorosas da deusa, depois de obrigá-la a jurar que não lhe faria malefício algum, e ainda conseguiu que seus companheiros retomassem a forma humana. Ulisses viveu em idílio com a deusa durante um ano, até que seus soldados o induziram a pedir-lhe que os deixasse retornar para casa. Circe então revelou ao herói que ele primeiro deveria descer ao Hades, para consultar o profeta Tirésias sobre o que deveria fazer para conseguir o seu intento. Depois de visitar as regiões infernais, Ulisses retornou à ilha, de onde, instruído pela deusa, iniciou a viagem de retorno à pátria.
Circe representa também um papel na lenda dos Argonautas, como irmã de Etas, rei da Cólquida, cujo nome mítico é Eèia. Daí explicar-se o fato de que a ilha esteja situada, segundo Homero, no Oriente, na região do Ponto Euxino, enquanto que todas as outras aventuras de Ulisses se passam no Ocidente. Mais tarde, os romanos confundiram as lendas de Circe com as tradições do Lácio, fazendo de Latino um filho da deusa e de Ulisses, e identificando a ilha de Eéia com o promontório de Circeo.
Diz a lenda que os conhecimentos de Circe sobre as artes da magia lhe davam o poder de fazer descer as estrelas do céu, e que além disso, a deusa dominava com perfeição os segredos dos envenenamentos. Ao empregar esse conhecimento contra o seu marido, rei dos sármatas, no Cáucaso, ela se viu obrigada a fugir no carro do Sol, passando então a residir na ilha de Eéia. A partir daí, a feiticeira realizou uma série de maldades, tendo numa delas transformado em monstro a ninfa Cila, por quem Glauco, um humano a quem as divindades aquáticas haviam dado a forma de criatura do mar, havia se apaixonado. Este então pediu auxílio a Circe, que prometeu atendê-lo, mas como acabou se enchendo de amores por ele, que não conseguia esquecer a amada, a deusa envenenou a fonte onde a ninfa costumava banhar-se, transformando-a em um monstro ainda mais repulsivo que o seu enamorado. Diante disso, a infeliz Cila retirou-se para longe, indo viver no estreito da Sicília, onde passou a aterrorizar os mortais que antes se deslumbravam com a sua beleza. Na ilha de Eéia, Circe esperou pelo retorno de Glauco, mas inutilmente, porque este, revoltado com a sua traição e crueldade, jamais quis visitá-la, resignando-se a passar o resto da vida cultivando a lembrança da bela e doce ninfa que perdera seus encantos nos feitiços do ciúme
Segundo a lenda, ela fez praticamente a mesma coisa com Pico, rei da Itália, metamorfoseando-o em um pica-pau porque o fiel monarca se recusou a abandonar sua mulher Canente, para unir-se a ela. Essa crueldade da deusa desgostou de tal forma a esposa do rei transformado em passarinho, que a coitada, de tanto lamentar a infelicidade que desabara sobre si, acabou se evaporando nos ares.
Circe ainda viveu outras aventuras. Os romanos contam que Júpiter a teria seduzido, e que desta união teria nascido Fauno. Os seus outros filhos tornaram-se príncipes etruscos e beneficiaram o seu povo, com os poderes mágicos herdados de sua mãe.

FERNANDO KITZINGER DANNEMANN
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