sábado, 24 de julho de 2010

A Rainha Margot

Margarida nasceu em 14 de maio de 1553, no Château de Saint-Germain-en-Laye; foi a sexta criança e a terceira filha de Henrique II e Catarina de Médici. Seus irmãos a apelidaram de Margot. Três de seus irmãos se tornariam reis da França: Francisco II, Carlos IX e Henrique III. Sua irmã, Isabel de Valois, viria a ser a terceira esposa do rei Felipe II de Espanha.

No final de 1560, Catarina de Médicis, tentou casa-la com o filho de Felipe II de Espanha, o Infante Carlos, mas não conseguiu. Foram então iniciadas negociações, conduzidas pelo diplomata Jean Nicot para casa-la com o rei português D. Sebastião, mas também não se obteve resultado.

Em 1572, seu pai Henrique II cogita a união de sua filha com o jovem lider do partido Protestante, Henrique de Navarra; esta união poderia, supostamente, determinar a reconciliação entre católicos e protestantes que se estavam enfrentando na Terceira Guerra de Religião.

As negociações são iniciadas entre Catarina de Médicis e Joana D'Albret, mãe de Henrique, rainha de Navarra e defensora ferrenha dos huguenotes. As negociações foram longas e dificeis. Joana D'Albret exige a conversão de Margarida ao protestantismo, mas esta não cede a sua exigencia. No fim Joana acaba dando consentimento para o casamento em troca de um consideravel dote pago por sua nora. A rainha Joana faleceu pouco tempo depois, e Henrique tornou-se o novo rei de Navarra. Margarida, obrigada por seu irmão, Carlos IX de França, e por sua mãe, casa-se a contragosto com o soberano que considerava um herege de um reino residual.

Sem esperar a dispensa pontifical requerida, dada a diferença de religião, a união tem lugar em 24 de agosto de 1572. Entretanto, a pretendida reconciliação entre católicos e protestantes revelou-se uma farsa quando, coordenada pela Rainha Mãe, Catarina de Médicis (quem realmente detinha o poder), desencadeou-se uma ação que resultou no assassinato de líderes protestantes e um verdadeiro massacre dos huguenotes que se haviam reunido em Paris para a festa. Esse episódio ficou conhecido como "A Noite de São Bartolomeu", por haver ocorrido no dia dedicado ao santo católico.

A tranquilidade entre católicos e protestantes dura pouco. Em 24 de agosto , ocorre a Noite de São Bartolomeu, na qual os protestantes foram massacrados, inclusive no interior do Palácio do Louvre (Um homem gravemente ferido se refulgia no quarto de Margarida). Henrique então decide converter-se ao catolicismo para salvar sua vida. Por ter sido proximo da Noite de são Bartolomeu, o casamento, de Margarida e Henrique, ficou conhecido como Casamento Vermelho.

Em 1574, quando Carlos IX morreu, protestantes e católicos moderados (chamados de "descontentes") exigem a contenção do Estado nos assuntos religiosos. Francico de Alençon e Henrique de Navarra, preparam um plano para tomar o poder, mas falham e seus dois cúmplices foram presos e decapitados. Um deles era José de La Molle, suposto amante de Margarida.

Libertados, mas sob a vigilancia da corte, Alençon em 1575 e Henrique, em 1576, finalmente conseguen fugir da corte.

Henrique não avisa a esposa de sua fuga e as relações entre ambos os cônjuges ficam seriamente danificadas, especialmente por causa das intrigas da amante de Henrique, Charlotte de Sauvé, dama de honra de Catarina de Médici. Charlotte também causou discordia entre Francico de Alençon e Henrique de Navarra, ambos amantes de Charlotte. Margarida teve muito trabalho para reconciliá-los. Este episódio deixou claro que o casamento de Henrique de Navarra e Margarida de Valois era cheio de infidelidades, mas solidamente unido em assuntos políticos. Na verdade, Henrique apenas se relaciona com sua esposa quando ela é util aos seus interesses, outro tipo de relacionamento é inexistente.

Após a fuga de seu irmão e de seu marido, Margarida fica retida no Palácio do Louvre e vigiada por dois guardas, porque o novo rei, seu irmão Henrique III de França, acredita que ela é cumplice dos dois. Alençon - que se juntou aos huguenotes - faz frente ao rei e rejeita qualquer negociação enquanto sua irmã não for libertada. Margarida é liberada, e media, junto com sua mãe, as reuniões tentando acordar a reconciliação. As reuniões terminam com a elaboração de um texto extremamente vantajoso para os protestantes e para Alençon: o Édito de Beaulieu.

Durante os conflitos, Margarida se reconcilia com seu marido, e Henrique exige que sua esposa seja enviada para a Navarra, mas Catarina de Médici e Henrique III se opõem a ele. Eles temiam que Margarida virasse refém dos huguenotes, ou servisse como um reforço para a aliança de Francico de Alençon e Henrique de Navarra.

A Desastrosa viagem aos Países Baixos
Em 1577, quando a guerra civil começa a esfriar, Margarida - dividida entre a lealdade devida ao marido e ao irmão - solicita a autorização para viajar, em nome do seu irmão mais novo, Francico de Alençon, ao sul da Holanda. Os flamengos, que se revoltaram em 1576 contra o domínio espanhol, pareciam dispostos a oferecer um trono a um príncipe tolerante e disposto a contribuir com o apoio diplomático e militar necessário para alcançar a independência. Henrique III finalmente aprovou a viagem que, por sua vez, deu-lhe a oportunidade de se livrar do irmão.

No verão, tendo como pretexto curar-se em um Spa, Margarida começa sua viagem. Durante dois meses cumpre sua missão. Em cada uma de suas paradas aproveita a oportunidade para interagir com os nobres hostis à Espanha e para destacar os méritos de seu irmão, tentando convencê-los das vantagens de torna-lo Príncipe. Margarida fez amizade com o governador da Holanda, D. Juan de Áustria, vencedor da histórica Batalha de Lepanto, com quem manteve uma relação cordial. Mas Margarida se interessava mais pelas festas que pelas realidades politicas locais. Seu retorno para a França apresentou algumas dificuldades, pois o país estava em plena insurreição, e Margarida temia ser feita refén pelas tropas espanholas. Embora ela tenha feito alguns contatos úteis, Alençon não soube fazer uso deles.

RAINHA MARGOT, O LIVRO:

A Rainha Margot) é um romance histórico escrito por Alexandre Dumas e publicado em 1845. É a primeira parte de uma série de livros que se convencionou chamar Os Romances Valois, que é seguida por A Dama de Monsoreau e Os Quarenta e Cinco. A série abrange um período histórico que vai desde o final do reinado de Carlos IX, rei de França, com ênfase na perseguição aos huguenotes e na Noite de São Bartolomeu, (período abordado por A Rainha Margot) até o de seu irmão, Henrique III, último rei da dinastia Valois.

A ação do romance vai desde o casamento de Margarida de Valois, irmã do Rei Carlos IX de França, com Henrique de Navarra, futuro Rei Henrique IV de França, em 1572, até a morte de Carlos IX, em 1574.

Alexandre Dumas coloca em cena as intrigas palacianas, o assassinato de Gaspard de Coligny, o massacre do Dia de São Bartolomeu, o idílio inventado entre a rainha de Navarra e o Conde de la Mole assim como a prática da tortura judiciária durante o Renascimento. Dumas faz da rainha Catarina de Médicis, mãe de Margarida e de Carlos IX, uma figura inquietante, que se serve de seu astrólogo e perfumista Côme Ruggieri para assassinar seus inimigos.

Acerta-se o casamento entre Margarida de Valois e Henrique de Navarra, com o intuito de estabelecer a paz entre protestantes e católicos em uma época sacudida por guerras religiosas. O casamento da irmã de Carlos IX é ocasião para grandes festas na França e notadamente em Paris, onde o povo rejubila-se.

Nesta ocasião, o rei de Navarra e o Almirante Coligny reúnem a sua volta todos os grandes chefes huguenotes e creem em uma paz possível.

O Massacre de São Bartolomeu, segundo François Dubois
No entanto, para além da política, casam-se dois seres humanos que não se amam e pode-se observar, desde o início do romance, que cada um dos esposos possui outras ligações afetivas. Se a noite de núpcias não serve de ocasião para a consumação do casamento, ela é testemunha de uma aliança política estabelecida entre o rei e a rainha da Navarra, unidos pela mesma ambição pelo poder. A fidelidade (política) de Margarida em relação a seu marido é rápidamente provada, já que ela apela pela vida de Henrique quando do Massacre de São Bartolomeu, durante o qual Carlos IX, instigado por sua mãe, Catarina de Médicis, faz assassinar os grandes chefes protestantes reunidos em Paris para o casamento, com exceção dos príncipes de sangue, o Príncipe de Condé e o Rei de Navarra.

No entanto, o horrendo massacre faz também com que Margarida encontre o Conde de la Mole, senhor protestante vindo até Paris para oferecer seus serviços a Henrique de Navarra. Os dois estabelecem uma ligação amorosa. Porém a saúde de Carlos IX degrada-se, segundo Dumas devido ao veneno colocado por Catarina de Médicis nas folhas de um livro de caça endereçado a Henrique de Navarra e que o rei folheia indevidamente, suspeita-se de um complô e, já que há a necessidade de culpados, o amante de Margarida é preso, torturado e executado. Carlos IX morre e é sucedido pelo irmão, Henrique, coroado como Henrique III.



RAINHA MARGOT, O FILME:

O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu" , que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot.O filme, que retrata esse trágico acontecimento, é baseado num romance de Alexandre Dumas.

O ano é 1572. Após um longo caminho de negociações, finalmente é acertado o casamento entre a católica Marguerite de Valois, apelidada por seus irmãos de Margot e o protestante Henri de Navarre. O motivo dessa união é reconquistar a paz na França terminando com a guerra religiosa que está devastando o país.
Mas Catherine de Médicis, mãe de Margot, tem outros planos para seus antigos inimigos.Seis dias após o casamento, acontece a fatídica noite de São Bartolomeu. Milhares de protestantes são massacrados pelos católicos nas ruas de Paris.
Em meio aos horrores dessa noite Margot salva a vida de um rapaz protestante e se rebela contra a violência de sua própria família.

No ano de 1572, a França está assolada pelas guerras entre católicos e protestantes.
Carlos IX foi tornado rei aos 10 anos, passou o poder de reinado para sua mãe Catarina de Médicis (católica fanática).
Catarina propõem que sua filha Margot (católica) se case com seu primo protestante Henrique de Bourbon rei de Navarra em uma ardilosa manobra política.
No dia 18 de agosto em Paris, milhares de protestantes invadiram a cidade para o casamento que servirá como pretexto para o maior massacre da história da França.
O casamento ocorre na véspera do dia de São Bartolomeu. Enquanto o povo festejava o casamento, Coligny (protestante) já planejava a guerra entre católicos e protestantes, e o rei ouvia calado porque Coligny praticamente mandava nele. Os protestantes não gostaram da Margot porque ela era bastante leviana, uma vez que tinha muitos amantes, entre eles era o Duque de Guise.
Henrique apareceu no quarto de Margot contra sua vontade e propôs que eles se tornassem amigos.

Coligny sofre um atentado a mando da Rainha e Margot oferece um barco para que Henrique e seus amigos fujam para a Inglaterra, porque ela era contra a guerra, mas eles se negam ir embora e ficam para a luta. Catarina fala para Carlos IX que todos os protestantes iriam acusá-lo, por causa do atentado. Então o rei manda matar todos os protestantes.
O Duque de Guise começa a contratar voluntários, então começa a guerra. Os católicos capturam Henrique. Um protestante chamado La Molê que já havia saído com Margot é perseguido por católicos, ferido corre para o quarto de Margot. Coconnas Hannibal entra em seu quarto para matar La Molê e ela não deixou.
Charlotte vai avisar Margot que o rei vai matar Henrique, então ela vai até lá para salvá-lo, chegando o rei diz que Catarina quer matá-lo se ele não renunciar a sua religião, mas Margot o defende perante sua família.
Enquanto isso La Molê foge e na rua encontra com Coconnas Hannibal, eles lutam e desmaiam. Mais tarde carroças passam levando os corpos para enterrar, um homem os encontra e leva-os para serem tratados.
Margot convence Henrique a se converter, quando saem da Igreja ela se revolta com sua mãe e seus irmãos, porque seu casamento foi apenas um pretexto para o massacre, então sua mãe a manda para o Louvre junto de Henrique e seus amigos protestantes que sobraram.
Catarina vai conversar com o velho sábio e fica sabendo que seus 3 filhos morreram e não deixaram herdeiros e Henrique será o novo rei.
Inconformada ela se seus filhos fazem um plano para matá-lo, então o velho sábio entrega um batom para Charlotte dizendo que é afrodisíaco. Enquanto ela está no quarto com Henrique ela passa o batom e Margot entra e não deixa Henrique beijá-la logo depois se escondem, quando seus irmãos entram no quarto pensando que Henrique estava morto, então jogam Charlotte pela janela para parecer suicídio. Coconnas Hannibal e La Molê se encontram e ficam amigos.
Henriette então leva La Molê para encontra-se com Margot.
Catarina faz o rei assinar um mandato de prisão a Henrique, só que ele faz ela prometer que mandará prender Henrique depois da caça.
Henrique salva o rei durante a caça e o rei o salva de ser morto por Murevel.
Então o rei leva Henrique para conhecer seu filho e sua mulher que vivem escondidos. Margot e La Molê tornam-se amantes.

Catarina manda um livro enfeitiçado para matar Henrique, só que quem toca o livro é Carlos, antes de morrer manda Henrique fugir para Navarra. Chegando lá volta a ser protestante e começa seu reinado em Navarra. La Molê volta a Paris para buscar Margot a mando de Henrique.
Os católicos perseguem Coconnas Hannibal e La Molê e os prendem, Margot pede ao rei que os soltem, só que o rei morre antes de conceder esse pedido, então os dois são degolados. Margot vai para Navarra ao encontro de Henrique, e seu irmão torna-se rei.

Esse filme fantástico, conta a história da Rainha Margot ( Isabelle Adjani) depois de seu casamento com o príncipe protestante de Navarra Henrique (Daniel Auteuil) . O filme mostra os propósitos do casamento, as tentativas da família real francesa de manter o trono em domínio de um rei católico, os amores proibidos da rainha e a perseguição aos protestantes durante a cerimônia de casamento. O filme também fala da manipulação dos homens, as tentativas fracassadas de assassinato, palavra em falso do outro que é dit para iludir e enganar. A lealdade a uma promessa de amor, a quebra de uma promessa de honra em nome de salvar a própria vida. O inusitado nascimento de um amor que pode render e salvar, mas que também pode dar a vida pela do outro. Quem pensa que vida de nobre é fácil, vai perceber nesse filme que o poder pode ser sentença de morte.

O absolutismo foi a forma de governo que caracterizou os chamados Estados Modernos europeus, marcados pela ampla concentração de poderes nas mãos do rei. Ao longo dos séculos XV e XVI a relação entre rei e burguesia era de aliança, já que ambos simbolizavam o novo (capitalismo nascente), em oposição ao clero e nobreza defendiam o velho (feudalismo decadente). Enquanto a burguesia representava a iniciativa privada e o comércio (atividade mais promissora da época), o rei representava um Estado forte e protecionista, capaz de padronizar defesa militar (exércitos nacionais), leis e moedas, viabilizando ainda mais a acumulação de capital durante a idade moderna.Nos séculos XVII e XVIII, a relação entre rei e burguesia passa a ser de confronto, pois a burguesia com muito capital acumulado, reivindica o poder político, voltando-se assim contra seu antigo aliado, através das revoluções inglesas (puritana e gloriosa) entre 1649 e 1688 e da revolução francesa em 1789, antecedida das revoluções industrial e americana e influenciada pelos princípios liberais e iluministas, no contexto de crise do Antigo Regime europeu.

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