sábado, 24 de julho de 2010

RAINHA VITÓRIA


Vitória I do Reino Unido (Londres, 24 de Maio de 1819 – East Cowes, 22 de Janeiro de 1901), oriunda da Casa de Hanôver, foi rainha do Reino Unido de 1837 até a morte, sucedendo ao tio o rei Guilherme IV. A incorporação da Índia no Império Britânico em 1877 conferiu a Vitória o título de Imperatriz da Índia.

O reinado de Vitória foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Este período foi marcado pela revolução Industrial e por grandes mudanças nos níveis económico, político, cultural e social.

Em 1817, a princesa Carlota Augusta de Gales morreu ao dar à luz um natimorto, causando uma crise de sucessão no Reino Unido. Carlota era a única filha do Príncipe Regente (futuro Jorge IV, filho mais velho de Jorge III do Reino Unido, que agia como regente devido à doença do pai) e da esposa renegada, Carolina de Brunswick. O nascimento fora tido como milagroso visto que alegadamente os pais não tinham tido relações sexuais mais de três vezes durante o casamento, daí que o nascimento de um eventual outro filho do príncipe Jorge fosse, no mínimo, improvável.

Assim, a linha directa de sucessão ao trono britânico foi subitamente extinta. Jorge III tinha 12 filhos, mas nenhum neto legítimo que pudesse herdar a coroa. As cinco filhas eram solteiras ou estéreis e nenhum dos filhos era casado, à excepção do segundo, Frederico, Duque de York, que também não tinha filhos.

Este acontecimento provocou uma "corrida" ao casamento por parte dos príncipes solteiros. O terceiro filho, Guilherme, Duque de Clarence casou com a Princesa Adelaide de Saxe-Meiningen. Deste matrimónio resultaram duas filhas, Carlota (1819) e Isabel (1820), ambas mortas antes dos dois anos, e vários abortos espontâneos, o último de gémeos em 1821, depois do qual se tornou óbvio que não teriam mais filhos.

O quarto filho do Jorge III, Eduardo, Duque de Kent casou por sua vez com Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, viúva do duque de Leiningen e mãe de dois filhos, Carlos e Feodora, que era também irmã de Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gota, viúvo da Princesa Carlota Augusta. Deste casamento nasceu em 1819 uma menina, baptizada Alexandrina Vitória. Depois das sucessivas mortes das primas Clarence, do pai apenas alguns meses depois e já em 1830 de Jorge IV, Vitória tornou-se herdeira presuntiva do trono britânico.

INFANCIA
Vitória era filha do príncipe Eduardo, Duque de Kent e da princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, sendo neta do rei Jorge III do Reino Unido por parte do pai. Baptizada com o nome Alexandrina Vitória, a família tratava-a informalmente como Drina. A então princesa Vitória de Kent tornou-se politicamente relevante com a morte em 1830 do tio Jorge IV, sucedido por Guilherme IV também sem filhos. Em 1837 sucedeu a Guilherme IV no Reino Unido, mas não em Hanôver onde vigorava a lei sálica que não permite que mulheres ascendam ao trono.Era descrita como ruiva e com marcantes olhos azuis.

CASAMENTO
Conta-se que Vitória estava apaixonada pelo primo, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, e assim tomou a iniciativa de pedi-lo em casamento (visto que na época, ninguém poderia fazer tal pedido a uma rainha). Ele aceitou. Foi a primeira vez que se teve notícias de alguém casar por amor. Vitória era ousada e acrescentou ao traje nupcial algo proibido para uma rainha na época - um véu. Nascia aí um costume que atravessaria o tempo e daria a Vitória o reconhecimento de trazer para a nossa época o amor, para unir um homem e uma mulher.
Em 10 de Fevereiro de 1840, Vitória casou-se com o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, o primo-irmão.
Da união nasceram os seguintes filhos:

Vitória, Princesa Real do Reino Unido 21 de Novembro de 1840 5 de Agosto de 1901 Imperador Frederico III da Alemanha (1858).

Eduardo VII do Reino Unido 9 de Novembro de 1841 6 de Maio de 1910 Princesa Alexandra da Dinamarca (1863).

Princesa Alice do Reino Unido 25 de Abril de 1843 14 de Dezembro de 1878 Luís IV, Grão-duque de Hesse e do Reno (1862).

Alfredo, Duque de Saxe-Coburgo-Gota 6 de Agosto de 1844 31 de Julho de 1900 Grã-Duquesa Maria Alexandrovna da Rússia (1874).

Princesa Helena do Reino Unido 25 de Maio de 1846 9 de Junho de 1923 Príncipe Cristiano de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Augustenburg (1866).

Princesa Luísa do Reino Unido 18 de Março de 1848 3 de Dezembro de 1939 John Douglas Sutherland Campbell, 9° Duque de Argyll (1871).

Príncipe Artur, Duque de Connaught e Strathearn 1 de Maio de 1850 16 de Janeiro de 1942 Princesa Luísa Margarida da Prússia (1879).

Príncipe Leopoldo, Duque de Albany 7 de Abril de 1853 28 de Março de 1884 Princesa Helena de Waldeck e Pyrmont (1882).

Princesa Beatriz do Reino Unido 14 de Abril de 1857 26 de Outubro de 1944 Príncipe Henrique de Battenberg (1885).

O príncipe consorte morreu de febre tifóide em 14 de dezembro de 1861, devido às precárias condições sanitárias do Castelo de Windsor. Sua morte devastou Vitória, que ainda estava abalada pela morte da sua mãe Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, em março daquele mesmo ano. Vitória estava profundamente ligada ao seu marido e ela caiu em depressão depois de ele morrer, com apenas 42 anos, pois ela havia perdido um marido dedicado e seu principal conselheiro confiável em assuntos de Estado. Ela guardou luto e usou preto até o fim de sua vida. Ela evitou aparições públicas e raramente pôs os pés em Londres, no ano seguinte. Sua solidão lhe valeu o nome de "Viúva de Windsor". No ano seguinte ela criou a Real Ordem de Vitória e Alberto para reverenciar seu casamento e seu falecido marido, o Príncipe Alberto.

Até o final de 1860, ela raramente aparece em público, embora ela nunca negligenciasse sua correspondência oficial, e continuou a dar audiências a seus ministros e os visitantes oficiais, ela estava relutante em retomar uma plena vida pública.

Seguindo um costume que manteve ao longo de sua viuvez, Vitória passou o Natal de 1900 na Osborne House, na Ilha de Wight. Morreu lá, devido à degradação da sua saúde, na terça-feira, dia 22 de janeiro de 1901, às seis e meia da noite, com 81 anos de idade. No leito da sua morte, ela estava acompanhada de seu filho, o futuro rei Eduardo VII, e seu neto mais velho, o imperador alemão Guilherme II.

Como ela desejava, seus próprios filhos ergueram o caixão. Ela estava vestida com um vestido branco e o véu do casamento. Seu funeral foi realizado no sábado, 2 de fevereiro, e após dois dias, ela foi enterrada ao lado do Príncipe Albeto no Mausoléu Frogmore, no Windsor Great Park.

Vitória já reinava há 63 anos, sete meses e dois dias, o mais longo reinado de uma monarca britânico até então, tendo ultrapassado o seu avô, Jorge III.

A morte de Vitória pôs fim ao poder da Casa de Hanôver no Reino Unido. Como o marido dela pertencia à Casa de Saxe-Coburgo-Gota, seu filho e herdeiro Eduardo VII foi o primeiro monarca britânico desta nova casa.

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